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Estou ficando com fome e sede

Antiquado. Quadrado. Ultrapassado. Conservador. Rebelde.
Esses são alguns dos adjetivos, o último até contraditório,  que muitos amigos, principalmente, os mais próximos, utilizam para me definir. A príncipio pode parecer que sou dessa forma, entretanto essa visão, data maxima venia, se mostra superficial, uma vez que, procuro ser muito criterioso no que tange ao que leio, penso e acredito para minha vida espiritual.
Devo salientar que não sou perfeito, nem santo. Nem tenho essa pretensão. Caso tenha passado a imagem de prepotência e arrogância, peço desculpas ao meu estimado leitor.
Apenas estou manifestando minha indignação com as coisas que, para minha enorme tristeza e revolta, vêm ocorrendo dentro do meio cristão.
Não estou especulando teorias malucas que provêm desta mente limitada e sem imaginação. Muito pelo contrário, estou amparado em dois grandes servos de Deus, cujos textos estão me trazendo uma grande alegria. Os baluartes deste post são John Piper e D.M. Lloyd-Jones.
O primeiro, na sua obra "Em Busca de Deus - A Plenitude da Alegria Cristã" (Editado anteriormente sob o título Teologia da Alegria, Shedd Publicações & Edições Vida Nova) me tem confrontado com a questão de como tenho servido a Deus. Há alegria nos meus afazeres na igreja? Faço as coisas com grande prazer e responsabilidade ou como um fardo e por mera obrigação?
Conforme a resposta, saberemos como estamos na nossa vida espiritual. Mas o que mais me surpreendeu é que caso esteja fazendo as coisas por obrigação, estarei PECANDO, porque Deus quer que seu nome seja glorificado, e como o glorificarei se não tenho prazer na sua presença?
Diante disso surge uma dúvida: Como agir então? Bem o quadro que percebo, pelo menos nas igrejas coreanas que é a minha realidade, é a seguinte: Muitas funções, tarefas, que resultam em cansaço, desgaste físico, emocional e espiritual.
Uma pessoa tem que ser professor da EBD, tocar ou cantar na equipe de louvor, participar do coral, e isso e aquilo....
Pergunto, com a maior sinceridade: Qual a razão de tudo isso?
Faço as coisas pela busca do reconhecimento das pessoas?
Por medo de que as pessoas, infelizmente, fiquem fofocando sobre minha pessoa ou minha família?
E Deus cadê nisso? Cadê?
Aonde se encontra a minha alegria que irá glorificá-lo?
E a alegria da salvação, será que a deixei em casa?
Não se preocupe em buscar a alegria na presença de Deus, mesmo que isso signifique ser "só" professor ou do coral ou da banda de louvor, etc. Ninguém é insubstituível, ao contrário do que pregam os livros de auto-ajuda. Eu, você, todos somos NADA diante de Deus. Somos pecadores. Se Deus quiser nos substitui quando quiser. Nunca se esqueça disso. Temos que fazer tudo para sua glória (1Co 10:31; 1Pe 4:11).
Não bastasse isso, o Dr. D.M. Lloyd-Jones, na obra "Pregação e Pregadores" (Editora Fiel) me trouxe esperança. Por muito tempo me senti perturbado com o fato de estranhar porque na igreja tem que se passar tantos vídeos, tem que se utilizar tantos louvores "para criar um clima" no culto, porque se tenta utilizar tanto o bodyworship (danças), teatros, cantatas, tudo em prejuízo do tempo de pregação.
Respeito e muito os líderes de louvor, e sei das boas intenções no momento de louvor, mas a ministração da palavra SOMENTE cabe ao pregador.
Com relação aos vídeos, bodyworship (danças ou louvor com o corpo em uma tradução bem rudimentar), teatros, cantatas, são meios de louvar e glorificar a Deus. Nada mais que isso.
Como pode ter gente que acredita piamente que esses meios são forma de pregação? (entenda-se bem: fazer o pecador ter consciência do pecado, levando à conversão).
Vejamos o que diz a Palavra de Deus:

"Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?
E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!"
(Rm 10:13-15)

A pergunta que faço: Aonde está escrito que as pessoas crerão com os meios de louvor antes citados?
Somente a pregação da Palavra, sem sentimentalismos baratos, nem apelos emotivos manipuladores e muito menos performances dignas de um "showman" , mas sim com fidelidade, retidão podem quebrantar um coração endurecido e levar à salvação.
Então cadê a "Soli Scriptura"?...
É por isso que estamos passando por momentos de grande tribulação, esquecemos a Palavra. Não vai adiantar fazer "reavivamentos" sem a Palavra e sem arrependimento.
O pior é que a culpa é minha, tua, nossa. Sabe porquê? Porque não somos como os cristãos de Beréia, que examinavam as Escrituras para ver se a pregação é fiel. Não há mais avidez, nem fome ou sede da Palavra.
Pronto, já disse tudo que queria.
Podem atirar as pedras.

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