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Natal

Finalmente o Natal já passou.
Não tenho nada contra esta data comemorativa, muito pelo contrário, considero esta uma data muito oportuna para além de falar sobre o nascimento do "menino Jesus", falarmos sobre o verdadeiro significado do nascimento, ministério, morte através da cruz, ressureição e glória de Cristo.
Somente sinto um pouco de ojeriza do tal "espírito natalino" e do consumismo, que nada têm a ver com o significado deste nascimento.
Me entristece que muitos "cristãos" se "lembrem" do nascimento de Cristo no natal para ser mais "bonzinho", "fazer o bem ao próximo", orar agradecendo a Deus por este fato.
Ora, não deveríamos agradecer a Deus pelo nascimento, pela morte na cruz e pela ressureição de Jesus Cristo todos os dias?
Ou passamos 364 dias de um ano esquecendo dessa graça? Esquecemos que é somente através dessa obra expiatória temos acesso à salvação? Que temos que ter fé nessa obra e no redentor?
É, temos muito o que refletir sobre nossa vida diária, lutando para não nos esquecermos o que realmente importa.
Que Deus nos ilumine com discernimento, humildade e quebrantamento.
Sola Christus e Soli Deo Gloria!

Templo ou teatro

Os homens parecem nos dizer: "Não há qualquer utilidade em seguirmos o velho método, arrebatando um aqui e outro ali da grande multidão. Queremos um método mais eficaz. Esperar até que as pessoas sejam nascidas de novo e se tornem seguidores de Cristo é um processo demorado. Vamos abolir a separação que existe entre os regenerados e os não-regenerados. Venham à igreja, todos vocês, convertidos ou não-convertidos. Vocês têm bons desejos e boas resoluções: isto é suficiente; não se preocupem com mais nada. É verdade que vocês não crêem no evangelho, mas nós também não cremos nele. Se vocês crêem em alguma coisa, venham. Se vocês não crêem em nada, não se preocupem; a 'dúvida sincera' de vocês é muito melhor do que a fé". 

Talvez o leitor diga: "Mas ninguém fala desta maneira". 

É provável que eles não usem esta linguagem, porem este é o verdadeiro significado do cristianismo de nossos dias. Esta é a tendência de nossa época. Posso justificar a afirmação abrangente que acabei de fazer, utilizando a atitude de certos pastores que estão traindo astuciosamente nosso sagrado evangelho sob o pretexto de adaptá-lo a esta época progressista. 

O novo método consiste em incorporar o mundo à igreja e, deste modo, incluir grandes áreas em seus limites. Por meio de apresentações dramatizadas, os pastores fazem com que as casas de oração se assemelhem a teatros; transformam o culto em shows musicais e os sermões, em arengas políticas ou ensaios filosóficos. Na verdade, eles transformam o templo em teatro e os servos de Deus, em atores cujo objetivo é entreter os homens. 

Não é verdade que o Dia do Senhor está se tornando, cada vez mais, um dia de recreação e de ociosidade; e a Casa do Senhor, um templo pagão cheio de ídolos ou um clube social onde existe mais entusiasmo por divertimento do que o zelo de Deus? 

Ai de mim! Os limites estão destruídos, e as paredes, arrasadas; e para muitas pessoas não existe igreja nenhuma, exceto aquela que é uma parte do mundo; e nenhum Deus, exceto aquela força desconhecida por meio da qual operam as forças da natureza. Não me demorarei mais falando a respeito desta proposta tão deplorável. 

Charles H. Spurgeon


Fonte: www.obreiroaprovado.com

Mulheres podem ser pastoras?

Se alguém me perguntar se as mulheres podem servir no ministério, minha resposta será sempre: “Sim, claro! Todos os crentes são chamados a servir e a ministrar uns aos outros.”
Mas eu responderia de forma diferente se a pergunta fosse feita mais precisamente: “Existe alguma função do Ministério em que as mulheres não podem servir?” Eu diria que o Novo Testamento ensina claramente que as mulheres não devem servir como pastores (que o Novo Testamento também chamadas superintendentes ou anciãos/presbíteros). Fica claro no Novo Testamento que os termos pastor, superintendente, e presbítero referem-se ao mesmo cargo (cf. Atos 20.17,28; Tito 1.5,7; 1 Pedro 5.1-2), e para o restante deste ensaio vou usar os termos “presbítero” e “pastor” indiferentemente para designar essa função.
O texto fundamental que estabelece que as mulheres não devam servir como presbíteros é 1 Timóteo 2.11-15. Nós lemos no versículo 12: “Eu não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade sobre homem.” Nesta passagem, Paulo proíbe as mulheres de se envolverem em duas atividades que caracterizam o ministério dos presbíteros: o ensino e o exercício da autoridade. Vemos isso nas qualificações para o cargo, entre outros lugares: os presbíteros devem ter a capacidade para ensinar (1Tm 3.2; 5.17, Tito 1.9, cf. Atos 20.17-34) e liderar a igreja (1Tm 3.4-5;). As mulheres são proibidas de ensinar aos homens e de exercer autoridade sobre eles e, portanto, segue-se que elas não devem servir como presbíteros.
Essa proibição vigora ainda hoje?
O mandamento de que mulher não ensine a homens ou exerçam autoridade sobre eles foi escrito estar em vigor ainda hoje? Muitos afirmam que Paulo proibiu as mulheres de servirem como presbíteros, porque as mulheres nos dias de Paulo eram iletradas e, portanto, elas não tinham a capacidade de ensinar bem aos homens. Argumenta-se ainda que as mulheres fossem responsáveis pela falsa doutrina que estava atrapalhando a congregação para a qual Paulo escreveu a carta de 1 Timóteo (1Tm 1.3, 6.3). De acordo com essa leitura, Paulo apoiaria mulheres servirem como “pastoras”, após serem devidamente instruídas a ensinar a sã doutrina.
A proibição é fundamentada na criação e não em circunstância
Estas tentativas de relativizar a proibição de Paulo devem ser julgadas falidas. Paulo poderia ter facilmente escrito: “Eu não quero que as mulheres ensinem ou exerçam autoridade sobre os homens porque elas são ignorantes”, ou “Eu não quero que as mulheres ensinem ou exerçam autoridade sobre os homens porque elas estão espalhando falsos ensinamentos.” No entanto, qual o motivo que Paulo realmente dá para o seu mandamento no versículo 12? O raciocínio de Paulo para o mandamento está no versículo seguinte: “Pois primeiro foi formado Adão, depois Eva” (v. 13). Paulo nada diz sobre a falta de educação ou sobre mulheres estarem promulgando falso ensino. Em vez disso, ele apela para a ordem da criação, para a boa e perfeita vontade de Deus ao formar os seres humanos. É imperioso observar que a referência à criação indica que o mandamento é uma palavra transcultural, uma proibição que é obrigatória para a igreja de todos os tempos e em todos os lugares. Ao dar esta proibição, Paulo não apela para a criação caída, às consequências que dizem respeito à vida humana como um resultado do pecado. Ao contrário, ele fundamenta a proibição na criação totalmente boa que existia antes de o pecado entrar no mundo.
O argumento da criação não pode ser descartado como culturalmente limitado. Além disso, o Novo Testamento contém muitos recursos semelhantes aos da ordem da criação. Por exemplo, a homossexualidade não está de acordo com a vontade de Deus, porque é “contrário à natureza” (Rm 1.26), isto é, que viola o que Deus pretendia quando ele fez o ser humano como homem e mulher (Gn 1.26-27). Da mesma forma, Jesus ensina que o divórcio não é o ideal divino uma vez que, na criação, Deus fez um homem e uma mulher, o que significa que um homem deve ser casado com uma mulher “até que a morte nos separe” (Mt 19.3-12). Assim, também, o alimento deve ser recebido com gratidão, pois é um dom da mão criadora de Deus (1Tm 4.3-5).
Em 1 Timóteo 2.11-15, Paulo especificamente fundamenta sua proibição das mulheres de ensinar e exercer autoridade, na ordem da criação, ou seja, que Adão foi feito primeiro e depois Eva (Gn 2.4-25). A narrativa de Gênesis é cuidadosamente calculada, e Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, ajuda-nos a ver o significado de Eva ter sido criada depois de Adão. Críticos ocasionalmente objetam que o argumento não é válido uma vez que os animais foram criados antes dos seres humanos. Mas eles perdem o ponto de Paulo. Somente os seres humanos são criados à imagem de Deus (Gn 1.26-27), e, portanto, Paulo comunica a importância de Deus criar o homem antes da mulher, ou seja, que o homem é responsável por liderar.
Paulo dá uma segunda razão pela qual as mulheres não deveriam ensinar ou exercer autoridade sobre os homens em 1 Timóteo 2.14: “Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.” A argumentação de Paulo aqui não é que as mulheres são mais propensas ser enganadas do que os homens, porque em outro lugar, ele elogia as mulheres como professoras de mulheres e crianças (Tito 2.3, 2Tm 1.5; 3.14-15), que ele não recomendaria, se as mulheres, por natureza, estivessem propensas a serem enganadas. É provável que Paulo estivesse pensando mais uma vez no relato da criação, pois a serpente subverteu a ordem criada ao enganar Eva e não Adão (assim subvertendo a liderança masculina), embora, provavelmente, Adão estava com Eva quando ocorreu a tentação (Gn 3:6). O versículo 14 não ensina nada sobre as mulheres serem iletradas, o engano é uma categoria moral, já a falta de educação é sanada com a instrução.
O engano de Eva não pode ser atribuído à fraqueza intelectual, mas foi devido à sua rebeldia, o desejo de ser independente de Deus. Além disso, a referência ao engano aqui não indica que as mulheres de Éfeso, desempenhavam um papel fundamental na difusão de ensino falso, pois os falsos mestres nomeado em 1 Timóteo são todos homens (1 Tm. 1.20). Na verdade, se as mulheres tivessem sido proibidas de ensinar porque eram defensoras da falsa doutrina, temos a estranha e muito improvável situação de que todas as mulheres cristãs de Éfeso foram enganadas pelo falso ensino. Pelo contrário, o ponto de Paulo é que a tentação de Satanás sobre Eva, em vez de sobre Adão, subvertia a liderança masculina, pois ele tentou e enganou a mulher, mesmo estando Adão presente com Eva quando a tentação ocorreu. Na verdade, apesar de Eva ter sido enganada pela serpente primeiro, a principal responsabilidade pelo pecado caiu sobre os ombros de Adão. Isto é evidente em Gênesis 3, pois o Senhor fala primeiro com Adão sobre o pecado do primeiro casal, e isso é confirmado por Romanos 5.12-19, onde o pecado da raça humana é atribuída a Adão e não a Eva.
Em resumo, 1 Timóteo 2.12 proíbe as mulheres de ensinar ou exercer autoridade sobre os homens na igreja. Este mandamento é fundamentado na ordem da criação e é confirmado pela inversão de papéis que ocorreu a queda. Não é, portanto, um contexto cultural ou uma proibição limitada que já não se aplicaria às igrejas de hoje.
O que aprendemos sobre os papéis do homem e da mulher na criação
O que vemos acerca dos papéis de homens e mulheres no resto da Escritura confirma esta leitura de 1 Timóteo 2:11-15. O livro do Gênesis nos dá seis elementos que evidenciam a responsabilidade dada aos maridos na liderança do casamento: 1) Deus criou Adão primeiro e depois Eva, 2) Deus deu o mandamento de não comer da árvore a Adão e não a Eva; 3) Adão foi quem deu nome à “mulher” tal como ele deu nome aos animais, significando a sua autoridade (Gênesis 2.19-23) e 4) Eva é designada como auxiliadora de Adão (Gn 2.18); 5) A serpente enganou Eva e não Adão, assim subvertendo liderança masculina (Gn. 3.1-6) e 6) Deus veio a Adão em primeiro lugar, mesmo tendo Eva pecado primeiro (Gn 3.9, cf. Rm. 5.12-19).
O que aprendemos nos ensinamentos bíblicos sobre o casamento
Tal leitura do Gênesis se encaixa perfeitamente com o que encontramos sobre o casamento no Novo Testamento. Maridos têm a responsabilidade primária de liderança, e as esposas são chamadas a se sujeitar à liderança de seus maridos (Ef 5.22-33; Cl 3.18-19; 1 Pd 3.1-7). O convite à esposa para submeter-se não está fundamentado em meras normas culturais, pois uma mulher é convidada a sujeitar-se ao marido como a Igreja é convidada a submeter-se a Cristo (Ef 5.22-24). Paulo designa o casamento como um “mistério” (Ef 5.32), e o mistério é que o casamento espelha o relacionamento de Cristo com a Igreja. O mandato para homens servirem como pastores (e não mulheres), então, se encaixa com o padrão bíblico de liderança masculina e autoridade dentro do casamento.
É fundamental observar que um papel diferente para as mulheres não significa inferioridade das mulheres. Mulheres e homens são igualmente criados à imagem de Deus (Gênesis 1.26-27). Eles têm acesso igual à salvação em Cristo (Gl 3.28), e eles são co-herdeiros da grande salvação que é nossa em Jesus Cristo (1 Pd 3.7). Os escritores bíblicos não difamam a dignidade, inteligência e personalidade das mulheres. Vemos isso mais claramente quando reconhecemos que, como Cristo se submete ao Pai (1 Coríntios 15.28), assim as mulheres se submetem aos seus maridos. Cristo é de igual dignidade e valor com o Pai, e por isso a sua submissão não pode ser entendida como sinalização de sua inferioridade.
O que aprendemos em outras passagens sobre mulheres na igreja
O texto de 1 Timóteo 2.11-15 não é o único texto que exige um papel diferente para homens e mulheres na igreja. Em 1 Coríntios 14.33-36, Paulo ensina que as mulheres não devem falar na igreja. Esta passagem não proíbe as mulheres de falar qualquer coisa na congregação, Paulo até incentiva as mulheres a orar e profetizar na igreja (1 Coríntios 11.5). O princípio de 1 Coríntios 14.33-36 é que as mulheres não devem falar de tal maneira que se rebelem contra a liderança masculina ou tomem para si autoridade indevida, e este princípio corresponde com o ensino de 1 Timóteo 2.11-15 de que as mulheres não deveriam ensinar nem exercer autoridade sobre os homens.
Outro texto que aponta na mesma direção é de 1 Coríntios 11.2-16. Já vimos que Paulo nessa passagem permite que as mulheres orem e profetizem na assembléia. É imperativo ver que a profecia não é o mesmo dom do ensino. Estes dons são distintos no Novo Testamento (1 Coríntios. 12.28). Mulheres serviram como profetas no Antigo Testamento, mas nunca como sacerdotes. Da mesma forma, serviram como profetas no Novo Testamento, mas nunca como presbíteros. Além disso, 1 Coríntios 11.2-16 deixa claro que, ao profetizarem, elas deviam se adornar de tal maneira que demonstrasse que elas estavam submissas a uma liderança masculina (1 Coríntios 11.3). Isso se encaixa com o que temos visto em 1Tm 2.11-15. Mulheres não são as líderes da congregação, e, portanto, não devem ser reconhecidas como professoras e líderes. A questão fundamental em 1 Coríntios 11.2-16 não é o adorno das mulheres. Estudiosos não têm certeza, neste caso, se o adorno descrito representa um véu ou uma forma específica de usar o cabelo. Tal adorno era necessário na época de Paulo porque significava que as mulheres eram submissas à liderança masculina na igreja. Hoje, a forma como uma mulher usa o seu cabelo, ou se ela usa um véu, não significa que ela seja submissa à liderança masculina. Assim, devemos aplicar o princípio (mesmo não aplicando a prática cultural da época) no mundo de hoje: as mulheres devem ser submissas à liderança masculina, que se manifesta em não servir como pastores e mestres dos homens.
As escrituras ensinam claramente sobre o papel singular das mulheres na igreja e em casa. Elas são iguais aos homens em dignidade e valor, mas elas têm um papel diferente durante esta jornada na terra. Deus lhes deu muitos presentes diferentes com que podem ministrar para a igreja e para o mundo, mas elas não foram criadas para servir como pastores. O Senhor não deu seus mandamentos para punir as mulheres, mas para que possam servi-lo com alegria segundo a Sua vontade.
Fonte: http://iprodigo.com/traducoes/mulheres-podem-ser-pastoras.html
Traduzido por Gustavo Vilela | iPródigo | Original aqui

Vamos relembrar o que é....

Um vídeo muito elucidativo e didático sobre o que é o Evangelho, as Boas-Novas de Deus.


O que é o evangelho? from iPródigo on Vimeo.

Salvação, Senhorio de Cristo e Obediência

O anunciado “debate senhorio-salvação”, a visão amplamente sustentada de que Jesus pode ser o Salvador de uma pessoa sem ser o seu Senhor, está finalmente recebendo a crítica que merece. Contudo, há perigos em ambos os lados deste debate.

Por um lado, há aqueles que afirmam que uma pessoa pode se virar para Cristo em fé sem nunca se submeter ao Seu senhorio. Somos salvos, eles dizem, fazendo de Cristo Salvador, não O fazendo Senhor. O outro lado reage dizendo que isso é “fé do diabo” — isto é, o tipo de “fé” da qual Tiago falou quando perguntou retoricamente, “Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?” (Tiago 2:14). A fé salvadora inclui não apenas a dependência em Cristo para a libertação do julgamento, mas compromisso com Cristo e submissão ao Seu senhorio.

No caso daqueles que negam a necessidade de “fazer de Cristo, Senhor”, deveríamos responder, em primeiro lugar, concordando que não somos salvos “fazendo de Cristo, Senhor”. Mas também não somos salvos “fazendo de Cristo, Salvador”. Não fazemos nada de Cristo! Ele é Salvador e Ele é Senhor sem levar em consideração o que pensamos ou fazemos dEle. Na verdade, é porque Ele é Salvador completamente à parte de nossa atividade que somos salvos em primeiro lugar. Ele veio a nós “estávamos mortos” (Efésios 2:5). Ele nos regenera, nos dá o dom da fé e, então, nos justifica através da fé em Cristo. A escola de pensamento “fazer dEle seu salvador” adere ao que tem sido chamado “regeneração que provém de decisão”. Para muitos, é esta “pequena” obra que fazemos que se torna merecedora da vida eterna.

Uma segunda falha no ensino “Salvador, mas não Senhor” é o recorrente erro wesleyano de tornar justificação e santificação dons que são separadamente obtidos através de atos separados de fé. De acordo com as Escrituras, há um ato de fé que nos une a Cristo e, uma vez unidos a Ele através deste ato de fé, tanto a justificação (a declaração de justiça de uma vez por todas) quando a santificação (um processo gradual, lento e doloroso de crescimento na justiça) se tornam nossos em Cristo. Somos justificados de uma vez, mas só somos santificados em um processo gradual. Contudo, tanto a declaração quanto o processo são dados apenas através da mesma condição de fé em Cristo somente (Romanos 8:30; 1 Coríntios 1:30; Efésios 2:8-10).

Por isso, neste campo deveríamos insistir na união com Cristo como a obra soberana de Deus em não apenas tornar possível uma nova vida, mas criá-la onde nenhuma causa existia além da Sua própria vontade e esforço.

É aceito pela razão que se nós “fazemos de Cristo, Salvador”, podemos também determinar se permitiremos que Ele seja nosso Senhor. Mas a Bíblia não fala sobre permitir que Ele seja ou faça isso ou aquilo. “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade” (Filipenses 2:13). Conseqüentemente, é inevitável que a árvore boa produza bons frutos. Aqueles a quem Deus regenera tornam-se árvores vivas. “Não fostes vós que me escolhestes a mim”; disse Jesus, “pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (João 15:16). Quando a salvação é vista como programa de homem, é deixado para o homem escolher se deixará Deus fazer isso ou aquilo, mas quando é vista como programa de Deus, há uma confiança e uma certeza que ninguém a quem Deus regenera será chamado de “cristão carnal”. Lutero disse, “Se as obras e o amor não florescerem, não é fé genuína, o evangelho ainda não ganhou posição segura, e Cristo não é ainda corretamente conhecido”. Novamente, se temos Cristo, temos Sua santidade imputada (justificação) como também Sua santidade transmitida (santificação). Sem o sentido de uma, não pode haver sentido da outra.

Ao mesmo tempo, no entanto, há um perigo igual quando reagimos contra esta falsa mensagem: enfatizar a inevitabilidade do fruto a ponto de subestimar a realidade da pecaminosidade em andamento. Novamente, é “simultaneamente pecador e justificado”. Calvino nos preveniu a esse respeito. Existe a igreja visível, constituída de todos os cristãos professos de todos os tempos e lugares e, então, existe a igreja invisível, constituída de todos os verdadeiros crentes. Para pertencer à primeira, uma pessoa precisa confessar a Cristo, ser batizada, e receber a Santa Comunhão. E aceitamos todos em nossa congregação que pertencem à igreja dessa forma, quer pareçam ou não possuir o zelo ou grau de compromisso que esperaríamos. Visto que definitivamente não podemos saber o número de crentes genuínos (igreja invisível), não devemos nos tornar “polícia dos frutos”. Nas próprias palavras de Calvino, “Saber quem são seus é uma prerrogativa que pertence unicamente a Deus (2 Timóteo 2:19)...Porque aqueles que parecem totalmente perdidos e acima da esperança são, pela Sua bondade, chamados de volta ao caminho; enquanto aqueles que, mais do que os outros, parecem estar firmes, freqüentemente caem”.

Há ainda outra falha mais crítica, como a vejo, com algumas versões do “senhorio salvação”. Isto é, a tendência de alargar a definição de fé ao ponto onde realmente se torna uma obra. Por exemplo, os Reformadores definiram fé como conhecimento (compreensão dos fatos do evangelho), aceitação (ser convencido de que eles são verdadeiros), e confiança (confiar a salvação da alma a Cristo com base no conhecimento e aceitação). Apesar disso, um proponente dominante do “senhorio salvação” escreveu “a fé circunda a obediência” e que a confiança (terceiro aspecto da fé) “é a determinação da vontade para obedecer à vontade”. Pode bem ser um caso de semântica aqui, mas quando estamos falando do maior e mais santo assunto de todos das Escrituras, cada palavra é importante. A fé não circunda a obediência. Este é o ponto do apóstolo Paulo em Romanos 4, e, quanto à questão, por todos os seus escritos: Somos justificados pela graça através da fé — não através da obediência. Assim, quando fazemos da obediência um aspecto da fé, maculamos a fé e as obras, a justificação e a santificação. Uma vez justificados, a fé e as obras não são divergentes — a primeira produz as últimas. Porém, a fé é sempre divergente do mérito. O fruto que observamos ou deixamos de observar nunca pode ser usado como uma vara de medida; neste caso, a fé produz mérito em vez de obras, e isso é claramente não escriturístico. Justiça de obras pode facilmente se confundir com “fé” quando a fé é definida como se circundasse a obediência. Além disso, confiança justificadora não é “a determinação da vontade em obedecer à verdade”, mas a confiança que Deus nos dá de que Cristo já cumpriu nossa obediência. Estas palavras são, de fato, importantes.

Todavia, embora a fé não circunde a obediência, ela a produz. E, embora a confiança certamente não seja “a determinação da vontade em obedecer à verdade”, confiar em Cristo pela fé apenas inevitavelmente levará a uma nova vontade de obedecer à verdade. Para o campo “Salvador”, mas não “Senhor”, deve haver um reconhecimento de que a fé inevitavelmente produz obediência devido à iniciativa soberana de Deus (em vez de uma pessoa fazê-lo Senhor). E para a escola “senhorio salvação”, deve haver o reconhecimento de que, embora a fé inevitavelmente produza obediência, a fé não é, apesar disso, obediência.

A Reforma realmente respondeu esta questão de uma forma às vezes negligenciada por ambos os lados do presente debate. Por exemplo, Lutero falou sobre sermos justificados só pela fé, mas não pela fé que está só. Àqueles que adicionariam à fé um elemento de obediência ativa (outro que não a de Cristo), os Reformadores repreenderiam, “Fé apenas!” Mas aos antinomianos (i.e., aqueles negariam o efeito da fé salvadora), eles insistiriam que a fé verdadeira nunca é isolada. Isso, de fato, é a semente que cai no solo rochoso ou é sufocada pelas ervas daninhas. Outra definição da posição Reformada é expressa no Catecismo de Heidelberg. Somos advertidos contra qualquer perfeccionismo, “Até mesmo o melhor que fazemos nesta vida é imperfeito e manchado com o pecado”, fazendo com que toda obediência seja, na melhor das hipóteses, imperfeita. Isso, naturalmente, é consistente com Isaías 64:6, onde nos é dito, “todas as nossas justiças são como trapo da imundícia”. Mesmo assim, o Catecismo apressa-se em responder à pergunta, “Este ensino não faz com que as pessoas se tornem indiferentes e más?” “Não. É impossível que aqueles enxertados em Cristo pela fé verdadeira, não produzam frutos de gratidão”.

Eis aqui, então, dos dois corrimões da Reforma: somos justificados unicamente pelo conhecimento, aceitação e confiança na pessoa e obra de Jesus Cristo. Porém, qualquer pessoa justificada, foi regenerada, enxertada na vida de Cristo, e frutos de gratidão inevitavelmente se seguirão. Sem um interesse no Salvador e na Sua Palavra e sacramentos, não há vida. O senhorio de Cristo não é uma opção para os cristãos de primeira classe, mas uma inevitabilidade para todos os que compartilham Sua vida.

Michael Horton

Fonte: http://www.ortopraxia.com/2010/11/salvador-mas-nao-senhor-michael-horton.html

Batalhando Pela Fé

A epístola de Judas começa e termina com palavras muito confortadoras para os crentes. No versículo 1, Judas nos descreve como aqueles que são “chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo”. Os três verbos estão na voz passiva. Enfatizam a ação de Deus. Ele chama, ama e guarda. Somos chamados, amados e guardados. Judas se mostrou bastante zeloso em começar enfatizando a segurança do crente na eleição e no amor preservador da parte de Deus.
No final da epístola, versículo 24, Judas afirmou: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante de sua glória, ao único Deus... glória”. Observe, no versículo 1, somos guardados por Deus em Jesus Cristo; e, no versículo 24, Deus é poderoso para guardar-nos de tropeços. Judas começou e terminou sua epístola assegurando os crentes de que Deus exercita sua onipotência em guardá-los de desviarem-se da fé.
O que devemos responder quando alguém nos perguntar por que estamos tão certos de que permaneceremos firmes na fé até ao fim e de que seremos salvos no Dia do Juízo? Devemos responder o seguinte: “Deus me chamou da incredulidade. Portanto, eu sei que Ele me ama com amor especial e eletivo. Por isso, sei que Ele me guardará de cair. Deus realizará em mim aquilo que é agradável diante dEle mesmo (Hb 13.21) e me apresentará com exultação diante do trono de sua glória”.
Essa é a maneira como Judas começa e termina sua epístola. No entanto, no meio da epístola, Judas demonstra outra preocupação. A sua preocupação não é ajudar os crentes a sentirem-se contentes, e sim a serem vigilantes. Depois de lhes haver mostrado o amor eletivo de Deus, bem como o incomparável poder de Deus em preservar os crentes em segurança, Judas passa a mostrar-lhes o perigo que os cerca, exortando-os a batalhar pela fé.
Versículo 3: “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”. Em outras palavras, a vitória certa da igreja não significa que não temos de lutar para vencer.
O simples fato de que nosso excelente General nos promete vitória nas praias do inimigo não significa que as tropas podem guardar suas armas no navio. A promessa de vitória pressupõe coragem na batalha. Quando Deus promete que sua igreja será protegida de derrotas, o propósito dEle não é que mantenhamos nossa espada na bainha, e sim que lancemos mão da espada do Espírito e olhemos confiantes para Ele, a fim de recebermos forças para vencer a batalha. Sempre que a promessa de segurança da parte de Deus é utilizada para justificar a nossa ausência no campo na batalha, podemos suspeitar que há um traidor entre os nossos soldados.
Conforme podemos observar na epístola de Judas, o procedimento de Deus é proporcionar confiança ao seu povo, a confiança de que a sua fé será vitoriosa ao fim (vv. 1, 24), e, depois, enviá-los para lutar pela fé.
O assunto central do pequeno livro de Judas é o versículo 3. Por isso, desejamos torná-lo o assunto de nossa mensagem: é dever de todo crente genuíno batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Procurarei desenvolver o significado desta doutrina utilizando quatro sentenças.
1. Existe uma fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos.
2. Esta fé é digna de que batalhemos por ela.
3. Esta fé está sendo constantemente ameaçada por elementos de dentro da igreja
4.Todo crente genuíno deve batalhar por esta fé.
1. Existe uma fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos. Às vezes, a palavra “fé” é utilizada significando o sentimento de confiança em Cristo. Em outras vezes, como acontece nesta passagem, ela foi utilizada significando as verdades em que cremos a respeito dAquele em quem confiamos.
Por um lado, é necessário enfatizar que o cristianismo é basicamente um relacionamento com Jesus, e não um conjunto de idéias sobre a pessoa de Jesus. A razão por que fazemos isso é esta: ninguém será salvo por crer e um conjunto de idéias. O diabo crê na maior parte das verdades do cristianismo. Precisamos enfatizar que, se uma pessoa não tiver uma confiança viva em Jesus, como Salvador e Senhor, toda a ortodoxia do mundo não introduzirá tal pessoa no céu.
Mas, se nossa ênfase no relacionamento pessoal com Jesus nos leva a negar que existe um grupo de verdades essenciais no cristianismo, cometemos um grave erro. Existem verdades sobre Deus, o Senhor Jesus, o homem, a igreja e o mundo que são essenciais à vida do cristianismo. Se tais verdades são corrompidas e distorcidas, o resultado não será apenas idéias erradas e verdades mal aplicadas. A vida íntima de fé não é independente das afirmações doutrinárias da fé. Quando as doutrinas estão corrompidas, o coração se encontra na mesma condição. Existe um corpo de doutrinas que tem de ser preservado.
A maior evidência disso no versículo 3 é a declaração de Judas no sentido de que a fé “uma vez por todas foi entregue aos santos”. Isto significa que ela se propagou a partir dos apóstolos. A fé não foi inventada pela igreja. Foi revelada por Deus aos seus apóstolos e a seus companheiros mais achegados; em seguida, ela foi ensinada às igrejas como “todo o desígnio de Deus” (At 20.27).
Para nós, uma das ex-pressões mais importantes é “uma vez por todas” (v. 3). Agora estamos há quase dois mil anos depois que a fé foi inicialmente entregue à igreja e estamos cercados por milhares de pessoas e seitas que reivindicam ter uma nova palavra de revelação que completa a Palavra de Deus para a humanidade. Maomé ofereceu aos seguidores o Alcorão; Joseph Smith, o seu Livro de Mórmom; Sun Moon, o seu Princípio Divino. E todos os dias vocês encontram pessoas que consideram as tendências intelectuais contemporâneas como um substituto adequado para a Bíblia.
Mas observe com bastante cuidado. Judas ensinou que a fé “uma vez por todas foi entregue aos santos”. A revelação de Deus concernente ao conteúdo doutrinário de nossa fé está completo. A igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas (Ef 2.20). Qualquer pessoa que surge e reivindica ter uma nova revelação da parte de Deus, para acrescentá-la à fé que “uma vez por todas foi entregue aos santos”, está agindo contra as Escrituras.
A razão por que temos a Bíblia é que a igreja do terceiro e do quarto século reconheceu que Deus falou “uma vez por todas” nesses escritos. O cânon foi concluído, e todas as reivindicações a respeito da verdade têm de ser avaliadas pelo padrão da fé que “uma vez por todas foi entregue aos santos”.
Quando afirmamos a existência de uma fé que “uma vez por todas foi entregue aos santos”, queremos dizer fé e não “fés”. Em nossos dias, é comum alguém falar sobre diversas teologias no Novo Testamento.
Os eruditos gostam de enfatizar a diversidade de opiniões entre os autores do Novo Testamento e a dificuldade para trazê-los todos a um entendimento coerente da realidade.
Ora, certamente existe alguma diversidade entre um escritor inspirado e outro do Novo Testamento. Mas eu rogo à nova geração de estudiosos que pensem mais e melhor a respeito das implicações de Judas 3: “A fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”. Embora possa haver diversidade na maneira como entendemos esta fé, a ênfase recai sobre a unidade. Existe uma fé apostólica. Existe um corpo de doutrinas que sustentam uma à outra, chamado “fé”. Não devemos acrescentar ou retirar nada desse corpo de doutrinas. Ele foi uma vez por todas entregue aos santos.
2. Esta fé é digna de que batalhemos por ela. Lemos em Romanos 14 que um crente considera um dia superior aos demais e que outro crente considera iguais todos os dias. Cada crente deve estar convicto em sua própria mente e não menosprezar nem condenar seu irmão. Mas na epístola de Judas somos ensinados a batalhar por aquilo em que cremos.
O que eu posso deduzir é que existe um conjunto de doutrinas digno de que batalhemos por ele, bem como aplicações secundárias dessas doutrinas; e por causa dessas aplicações não devemos contender uns com os outros.
Mas grave isto em sua mente: existe uma verdade digna de que batalhemos por ela. Existe uma verdade digna de morrermos por ela. Isso é muito difícil para a nossa cultura relativista entender. Talvez sejamos capazes de imaginar uma pessoa morrendo por outra; todavia, muitos em nossos dias não consideram qualquer verdade tão preciosa, que eles lutarão ou mesmo morrerão por ela.
Não foi sempre assim. A fé que hoje nutrimos foi preservada para nós à custa do sangue de centenas de reformadores. De 1555 a 1558, a rainha Maria, a católica que reinou na Inglaterra, queimou na fogueira 288 reformadores protestantes — homens como John Rogers, John Hooper, Rowland Taylor, Robert Ferrar, John Bradford, Nicholas Ridley, Hugh Latimer e Thomas Cranmer. E por que eles foram queimados? Porque permaneceram firmes em favor de uma verdade — a verdade de que a presença real do corpo de Jesus não está na eucaristia, e sim no céu, à direita do Pai. Por essa verdade, eles suportaram o agonizante sofrimento de serem queimados vivos.
O sangue dos mártires é um poderoso testemunho de que a fé “uma vez por todas” entregue aos santos é digna de batalharmos por ela. Existe evidência disso no versículo 3. Judas disse que desejava realmente escrever acerca da nossa comum salvação. “Quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé.” Quando a fé está em jogo, nossa salvação também está em jogo. Se a verdade está corrompida, a nossa salvação também está corrompida. Os apóstolos e reformadores se mostraram dispostos a morrer por causa da fé, porque se preocuparam com a preservação da mensagem de salvação — eles se preocuparam com pessoas e com a glória de Deus.
Precisamos obter um sentimento completamente novo da preciosidade da doutrina bíblica. Como igreja, precisamos conhecer a profundidade, a beleza e o valor da verdade doutrinária. Existe uma fé digna de contendermos por ela.
3. Esta fé está sendo constantemente ameaçada por elementos de dentro da igreja. Maria, a sanguinária, confessava ser cristã; ela não era bárbara. Os piores inimigos da doutrina cristã são aqueles que se declaram cristãos e não se apegam à fé que “uma vez por todas foi entregue aos santos”.
Em sua última mensagem aos pastores da igreja de Éfeso, o apóstolo Paulo os advertiu dizendo: “Depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas, para arrastar os discípulos atrás deles” (At 20.29-30). Os lobos que pervertem a fé são pessoas que se declaram crentes. São pastores, líderes de igreja, professores de seminários e missionários.
Em sua epístola, Judas apresenta no versículo 4 a razão por que a igreja precisava preparar-se para batalhar pela fé: “Certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”.
Assim, a ameaça à fé está vindo de indivíduos que agora se encontram no meio da igreja. Provavelmente, eles estão dizendo o seguinte: “Se nós somos salvos pela graça, não importa o que somos em nossa vida moral. Na verdade, quando um crente peca, isto serve tão-somente para magnificar a graça de Deus”. Deste modo, eles colocam a graça de Deus em oposição aos mandamentos de Cristo e, na prática, negam o senhorio de Jesus.
Eles têm agido dessa maneira desde o primeiro século. Paulo disse que isso iria acontecer. Judas o viu se realizando, como um cumprimento das predições de Paulo. Nos versículos 17 e 19, Judas afirmou: “Lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões. São estes os que promovem divisões, sensuais, que não têm o Espírito”.
Embora as cartas de Paulo tenham-no feito derramar muitas lágrimas (Fp 3.18), quase todas as cartas abordam assuntos relacionados a lutas que estava travando com pessoas que declaravam ser crentes. Portanto, não devemos ficar surpresos com o fato de que hoje muitas de nossas lutas em favor da fé se realizam com crentes que ensinam e escrevem coisas que (pelo menos do nosso ponto de vista) são contrárias à “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”.
O Novo Testamento ensina com muita clareza que a fé será, por repetidas vezes, ameaçada por pessoas de dentro da igreja.
4. Isso nos leva à admoestação final: todo crente genuíno deve batalhar por esta fé. A epístola de Judas não foi escrita para um pastor, e sim para aqueles que são “chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo” (v. 1). Por conseguinte, o dever de batalhar pela fé não pertence exclusivamente aos pastores consagrados ao ministério da Palavra, embora eles tenham uma responsabilidade especial. Batalhar pela fé é o dever de todo crente verdadeiro.
Os versículos 21 e 22 nos dizem algo sobre as coisas que nos deveriam preparar para batalharmos pela fé — “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna”. E os versículos 22 e 23 nos falam a respeito de maneiras pelas quais podemos envolver-nos nessa batalha.
A melhor coisa que podemos fazer para que sejamos uma igreja eficaz em batalhar pela fé é nos tornarmos uma igreja bem fundamentada na fé — “Edificando-vos na vossa fé santíssima”. Estudem! Meditem! Edifiquem! Cresçam! Há muitas verdades maravilhosas a aprendermos sobre Deus. E a melhor defesa da fé é conhecer tais verdades e amá-las.
A oração é uma parte indispensável do batalhar pela fé — “Orando no Espírito Santo”. A menos que procuremos ter a mentalidade do Espírito Santo, através da oração, não cresceremos em nossa assimilação da fé e seremos soldados fracos.
No que se refere à batalha propriamente dita, Judas instruiu: “E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida; salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede também compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne”.
Pelo menos duas coisas são evidentes nessa instrução: 1) batalhar às vezes envolve um esforço intelectual para que seja mudada a maneira de pensar da outra pessoa — “Compadecei-vos de alguns que estão na dúvida”; 2) batalhar às vezes envolve repreensão moral — “Procurem aqueles que estão atolados no lamaçal onde foram apanhados por idéias perversas e resgatem-nos ao lugar de segurança, mesmo que odeiem o que eles estão fazendo”.
Na realidade, essas coisas andam sempre juntas: um esforço para mudar a maneira de pensar e um empenho para mudar a moralidade. Batalhar pela fé nunca é simplesmente um exercício acadêmico, assim como nunca é apenas um exercício mental; visto que a fonte de todas as falsas doutrinas é o orgulho do coração humano e não a fraqueza de sua mente.
Essa é a razão por que Judas nos exorta a crescer, orar, permanecer no amor de Deus e depender de sua misericórdia, antes de afirmar qualquer coisa sobre a maneira como devemos batalhar pela fé. Viver a fé é o melhor argumento que os crentes têm em favor da fé. Por essa razão, o apóstolo Pedro disse: “Santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15). A maneira como você luta é tão importante quanto o conteúdo de seus argumentos. Você pode vencer com sua lógica e perder com sua vida.
Em resumo,
1. Existe uma fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.
2. Esta fé é digna de que batalhemos por ela.
3. A fé está, por repetidas vezes, sofrendo ameaças vindas da própria igreja, por meio de crentes que professam apenas verbalmente a fé.
4. É dever de todo crente batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.
 Por: John Piper

Sobre a PL 122 e o celeuma mackenzista

“E um deles, intérprete da Lei, experimentando-o, lhe perguntou:
Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?
Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.
Este é o grande e primeiro mandamento.
O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mt. 22:35-40)

Existe uma grande incompreensão da Palavra de Deus atualmente. Usamos, erroneamente, “trechos selecionados” das Sagradas Escrituras, para justificar o injustificável.
Se clama pela falta de amor dos cristãos pelos homossexuais. Os cristãos são atrasados, hipócritas ao ensinar sobre o amor e condenar o homossexualismo.
É isso o que está ocorrendo com todo o celeuma que envolve a Universidade Presbiteriana Mackenzie, a Igreja Presbiteriana do Brasil, e mais diretamente, o Reverendo Augusto Nicodemos Lopes.
Para poder me posicionar melhor sobre o caso, estou tentando acompanhar como alguns meios de comunicação estão se posicionando no caso da suposta acusação de “homofobia”.
E porque coloquei entre aspas a palavra homofobia?
Simples, porque não se trata de forma alguma de homofobia.
Fobia, que vem do grego Phóbos, pode ser entendida como a “Aversão a alguma coisa ” (dicionário Michaelis), “Medo intenso, horror; pavor” (dicionário Aulete).
Os cristãos não estão com pavor, horror dos homossexuais. Muito pelo contrário, seguimos à risca o que Jesus ensinou sobre amar ao próximo.
O erro consiste em não compreender que o amor exige também correção, exortação. Quem ama busca o caminho correto para o seu próximo.
Outro ponto que deve ser esclarecido é que o projeto de lei 122, é uma forma de impor coercitivamente o silencio àqueles que não concordam com os valores que o homossexualismo prega.
A Carta Magna brasileira, no seu artigo 5º estabelece:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
...
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
...
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
...
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
    
Fica clara a existência de uma proteção a qualquer pessoa, independentemente do sexo ou da orientação sexual.
Portanto, a lei é redundante, desnecessária no que tange à proteção dos homossexuais.
Por fim, gostaria de deixar evidente que a PL122 fere a Constituição Federal, porque a liberdade de consciência, crença e manifestação de pensamento estão sendo atacados.
Manifestar os pensamentos é distinto de incitar a violência ou denegrir a imagem de alguém, que são atitudes condenáveis.
Nós, cristãos, estamos lutando para que nosso direito de manifestar nossos pensamentos não seja cerceado.
Que Deus abençoe a todos.

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gn 1:27)

Daniel Kim 

Universidade Mackenzie: Em Defesa da Liberdade de Expressão Religiosa

A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.
Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).
Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.
Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007 e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.
Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro. 
Para ampla divulgação.

Sem doutrina não há crescimento!

Muitos cristãos me questionam sempre quando defendo e luto pela pregação e ensino da sã doutrina.
É triste, mas, muito comum, as pessoas considerarem que, nesta luta, às vezes passo a impressão de ser alguém soberbo, orgulhoso, prepotente, ou seja, o “chato” da turma.
Compreendo e agradeço essas manifestações, porque isso me mantém sempre atento.
Eu não estou lutando por “meus pensamentos ou ideais”, mas sim pela reverência e temor às Sagradas Escrituras.
Me preocupa ver o grande número de pessoas inteligentes e estudadas que não se preocupam com a sã doutrina. Ouvem uma pregação, mas não se preocupam com o todo, mas apenas em partes, trechos.
Cuidado meus queridos! A distorção da Palavra de Deus é sutil e não escancarada! Por isso devemos nos ater a tudo que nos é pregado, ou por acaso não sabeis que tentarão vos enganar com astúcia (Ef 4:14)?
E como resistir então? Conhecendo a Verdade. Estudando a Verdade. Meditando na Verdade. Vivendo na Verdade.
Aonde entra em tudo isso a doutrina?
Vejamos, antes de mais nada, uma definição de doutrina.
Doutrina, por definição é "Conjunto de dogmas e princípios que fundamentam um sistema ideológico, filosófico, político, religioso etc." (dicionário Aulete).
Esse conjunto de dogmas e princípios presentes na Bíblia não foram criados pelo homem, mas sim por Deus. Estão lá, é só ler.
Ou não sabeis que as Escrituras foram inspiradas por Deus (2Tm 3:16)?
Por acaso a Reforma Protestante foi em vão? Lutero que lutou pela doutrina da Justificação pela Fé, desperdiçou suas forças à toa?
Não bastasse isso, existem inúmeras exortações e exemplos na Bíblia a respeito da importância da doutrina correta (2Jo 1:9, João 18:19, 1Tm 4:6, Mc 4:2, 2Tm 4:3, João 7:16, Tt 1:9, At 2:42, etc). Você nunca leu? Ou mesmo sabendo ignorais essa responsabilidade? Não se esqueça, Deus vai te cobrar isso.
Por fim, gostaria de esclarecer uma coisa: as pessoas confundem defender a sã doutrina com defender uma denominação. São coisas distintas. Sejamos zelosos como os bereanos (At 17:11,12).
E que não sejamos repreendidos pelo Senhor!

“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” (Os 4:6).






OBS: Este vídeo cita, de forma bem sutil, a necessidade da Santificação, por sinal, uma doutrina bíblica.

Caso você queira ler mais a respeito sugiro a leitura dos seguintes textos:

Você é um Cara Legal?

O vídeo a seguir é muito interessante, já que ele nos ensina de forma didática e simples que:

"Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque". (Ec 7:20)


Análise da música "Livre Acesso"

Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que admiro muito o excelente trabalho que vem sendo realizado por diversos grupos musicais no meio evangélico brasileiro. Quando posto comentários sobre as músicas, não pretendo denegrir ninguém. Apenas comparar ou confrontar as diversas canções com a doutrina bíblica. Minha intenção é a de fornecer bases para um debate sincero e esclarecedor a respeito do que a Bíblia nos ensina, a fim de que os leitores e compositores pensem sobre a importância da correção bíblica do que cantamos. Se nossa adoração tem que ser em espírito e em verdade (contra o que é falsificado), ou seja, embasada na Palavra, então precisamos pensar mesmo.
Hoje escolhi uma canção belíssima e extremamente envolvente para pensar a respeito de sua letra. Eis a canção:

Senhor eu não sou nada diante do teu poder 
Nem merecedor do teu imenso amor 
Através do teu filho tenho livre acesso a ti 
Que me fez chegar aos teus pés 
Me humilhar diante de ti 
Deixa o teu rio, passar em minha vida 
E curar minhas feridas, sarar as minha dores 
Livra-me ó Deus, das cadeias que me prendem 
Toca em minha'alma, faz de mim o teu querer 
Senhor!



Esta canção possui uma ênfase importante na necessidade de nos humilharmos perante o Senhor. Jesus disse que os humildes de espírito são bem-aventurados, em Mateus 5.3. Tiago recomenda que nos humilhemos perante Deus e ele nos exaltará (Tg 4.10). Realmente, não temos nada a oferecer a Deus; só podemos pedir. Como pecadores que somos, não merecemos mesmo a bondade de Deus, seu amor, a salvação, a misericórdia. No entanto, como bem ressaltou o autor, temos acesso ao Pai pela mediação do Filho, o sumo-sacerdote que nos aproxima pelo seu sangue (Hb 10.19-21). A menção ao rio, que ele pede que o Senhor deixe passar, nos faz lembrar da torrente das águas purificadoras de Ezequiel 47 e nos remetem às palavras de Jesus em João 7.37-39: "Ora, no seu último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. Ora, isto ele disse a respeito do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado".
O problema surge quando chegamos à parte em que o autor diz: "livra-me ó Deus das cadeias que me prendem". A relevância dessa frase dependerá de quem está cantando. Se for um cristão genuíno, não faz sentido nenhum. Jesus disse:  "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8.32). Também afirmou: "Se, pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres". Paulo disse que o Senhor nos chamou à liberdade (Gl 5.13). Também João afirma que Jesus Cristo se manifestou para destruir as obras do diabo (1Jo 3.8). Em suma, se você creu no evangelho, foi liberto. Não faz sentido agora cantar "livra-me das cadeias que me prendem". Se alguém cantar isso, biblicamente falando, é porque ainda não foi salvo. "Mas e a liberdade poética"?  - alguém poderia perguntar. Volto a dizer o que já escrevi aqui uma vez: nossa liberdade poética tem que ser serva da palavra de Deus. Outra pessoa poderia pensar que o sentido é de  nos livrar do pecado que nos assedia. Mas ser assediado pelo pecado não significa ser escravo do pecado. Mesmo quem não é mais escravo do pecado por causa da conversão, terá de travar lutas para mortificar o pecado na vida a cada dia (Gl 5.17). Mas ele vence o pecado (1Jo 3.9), porque não é escravo.
Concluindo, se eu pudesse fazer uma sugestão ao compositor, sugeriria uma revisão nessa frase, pois, com as coisas de Deus, boa intenção apenas não resolve (Uzá que o diga!). É necessário que cantemos a fiel Palavra de Deus ou algo que esteja em plena conformidade com ela. Os cânticos precisam ser espirituais. E serão, se estiverem de acordo com a Palavra de Deus, que é inspirada pelo Espírito Santo e tem que ser a nossa única regra de fé e prática.

Pr. Charles    

Amor diante da morte...

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Rm 8:35-39 ARA)

2:41 p.m., acabo de ler no site Voltemos ao Evangelho a notícia da condenação à morte de um pastor iraniano. Acusação: apostasia. Minha reação: senti como um tapa na minha face.
Porquê? Sinto vergonha de poder morar em um país (Brasil) aonde, ainda, existe uma certa liberdade de expressar suas crenças.
Estou muito longe do Irã, e mais distante ainda se encontra a morte por Cristo. Diante desse cenário é fácil pensar: “Com certeza eu morreria pelo Evangelho”. Quão tolo sou!
Será que se me torturassem, lentamente, arrancando partes do meu corpo, conseguiria suportar as dores? Permaneceria firme, até a morte?
E, se por acaso, seqüestrassem entes e amigos queridos, torturando-os, permaneceria inabalável?
É nesses momentos, quando não nos resta mais lutar por nossas forças, que a fé reluz nas nossas vidas.
Nesta hora, diante do gélido sopro da morte, que nossos olhos devem se voltar ao nosso único socorro: Cristo.
Devemos orar por força, capacitação e consolo. Mas o mais importante de tudo: devemos pedir por amor.
Amor para poder orar como o Senhor, quando afligido de todas as dores, humilhado e menosprezado, orou pelo perdão daqueles que o crucificaram (Lc 23:34) ou como Estevão, que ao ser atingido pela fúria de seus opositores, foi apedrejado covardemente, mas clamou a Deus pelo perdão daqueles que o maltratavam (At 7:60).
Que o Senhor tenha misericórdia da minha vida, porque sou tão pequeno! E caso um dia, venha a ter que morrer pelo Evangelho, que Ele me conceda o Amor para perdoar meus detratores!

OBS: Oremos pelo pastor e pela família dele, para que Deus os fortaleça nesse momento tão difícil. Oremos também por todos aqueles que sofrem perseguição por amor a Cristo.

Sobre Finados e a cultura oriental

Estamos na última semana de Outubro, e ando refletindo sobre o feriado que se aproxima: Finados.
Tem uma coisa que me incomoda demais no meio cristão, principalmente oriental, e mais especificamente, no coreano.
É muito comum as famílias celebrarem a data póstuma dos seus antepassados, com o intuito de guardarem na memória as pessoas que já partiram, de uma forma, ao meu ver, extremamente questionável.
Vemos reuniões nas quais se coloca uma foto do ente querido, à cabeceira da mesa do almoço ou jantar, como se a pessoa ainda “se encontrasse presente”, “agradecendo” pela refeição e “oferecendo” parte dela ao parente “homenageado”.
Depois disso, a tradição manda as pessoas a realizarem uma reverência à foto, na qual a pessoa se prostra com o rosto até o chão.
O mais engraçado é que se algum cristão, questiona toda essa “cerimônia”, é tratado como desrespeitador, ou outros adjetivos de pior alcunha, da tradição milenar coreana.
Sinceramente, estamos diante de um caso na qual se misturam elementos de necromancia e idolatria.
A necromancia, a consuta aos mortos, é condenada veementemente nas Sagradas Escrituras. Vejamos:

“Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR, teu Deus, os lança de diante de ti”. (Dt 18: 10-12 - ARA) (grifo nosso)

A idolatria, que consiste basicamente em prestar culto ou adorar ou venerar qualquer coisa ou ser, vivo ou espiritual, além de Deus, é uma transgressão dos 10 Mandamentos. Vejamos:

“Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”. (Ex 20: 1-5 – ARA)

Quando nos prostramos diante da foto ou imagem de alguém, é idolatria.
Portanto, diante de tudo o exposto, nós cristãos, principalmente os orientais, devemos refletir tudo que envolve a tradição cultural que conhecemos. Caso esses costumes transgridam a Palavra de Deus, devemos, imediatamente, abandoná-los.
Que não sejamos como os fariseus e os escribas, que foram duramente repreendidos pelo Senhor:

“Ele, porém, lhes respondeu: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição?” (Mt 15: 3 – ARA)