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Reflexões a partir do disquete 5 ¼”


A maioria dos meus leitores, que pertencem à geração internet, não devem estar familiarizados com o título do post de hoje.
Há algumas décadas, lá pelos anos 90, comecei a ter a oportunidade de conhecer o mundo da informática. Me lembro que me sentia como um desbravador, à procura de terras nunca antes navegadas.
Um dos itens mais importantes era o disquete, que podemos dizer, é o avô dos atuais pendrives. Esses disquetes possuíam uma capacidade de armazenamento de dados ínfimos, que variava de 160 kb a 720 kb. Literalmente nada!
Era muito comum que cada jogo no computador era composto de uns 10 a 30 disquetes, sendo que a cada fase que você avançava no jogo, devia trocar o disquete por aquele que permitiria avançar no jogo.

 
Disquete 5 ¼”

Nessa época existiam muito jogos interessantes, com gráficos bem simples, mas que me forçaram a gastar horas de diversão.

Prince of Persia: um dos primeiros jogos que conheci



Meu computador era parecido com esse: eu tinha um 286 com tela monocromática como na foto (só de pensar meus olhos voltam a arder...)

Você deve estar se perguntando o porquê de estar trazendo à tona coisas que hoje são consideradas obsoletas.
Nestas últimas duas décadas, verificamos que a indústria dos aparelhos eletrônicos (principalmente telefones celulares e computadores pessoais) se desenvolveu magistralmente, chegando a tal ponto que o intervalo do lançamento de novos produtos tem se tornado cada vez menor.
Se você compra hoje um novo celular, por exemplo, é possível que em menos de 3 meses esse aparelho já tenha se tornado obsoleto.
Aí surge um grande nicho para as empresas: se cria uma necessidade, antes inexistente, do ser humano ter que comprar os últimos lançamentos tecnológicos.
Quem possui esses novos apetrechos é considerado uma pessoa legal, interessante, ganhando uma admiração e status social.
Quem não adere à esse "movimento" é considerado alguém retrógrado, atrasado, chato.
Não estou a dizer que a tecnologia não possa ser útil: muito pelo contrário. O desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas tecnologias pode gerar grandes ganhos às pessoas, tal como facilitar o trabalho. 
Mas o ser humano, por incrível que pareça, permanece o mesmo desde a criação: temos necessidade de alimento, de uma família, de amigos, etc.
A mudança que ocorre é quanto à disponibilidade de informações e comodidades como nunca antes houve. 
Entretanto, será que essa alternância de informações e tecnologias, a uma velocidade cada vez maior, não tem nos jogado em um mundo cada vez mais confuso?
Não conseguimos mais distinguir quais são as informações que nos gerarão conhecimento; pelo contrário, tentamos nos informar sobre tudo o que ocorre ao nosso redor, não guardando mais nada, gerando algumas doenças e distúrbios, como a síndrome do excesso de informação, a ansiedade, entre outros.
Ao tentarmos acompanhar as novas tecnologias, acabamos entrando no círculo vicioso do consumismo desenfreado, que resulta no caos financeiro.
Estamos nos tornando incapazes de perceber quais são as nossas prioridades.
E quais deveriam ser as nossas prioridades?
A alimentação (física e espiritual) e o relacionamento com a família e com os amigos. 
Certamente o leitor perceberá que deixei de lado a segurança, a estima, a auto-realização, etc., que são estudados nas faculdades de administração de empresas. Por outro lado, devo esclarecer que a escolha da alimentação e dos relacionamentos é proposital.
Quem não se alimenta não cresce, enfraquece, ficando doente, podendo até morrer.
No caso espiritual, caso você não se alimente, não poderá crescer na salvação, conforme 1Pe 2:2 (vale ressaltar que a salvação não se perde), e nem amadurecer espiritualmente, sendo sempre inconstante (Ef 4:14). 
Quanto aos relacionamentos, Deus constituiu o ser humano como ser social, que não deve viver só, isolado (Gn 2:18). Além disso, a família é a semente de uma sociedade e da igreja (ligado à importância do culto coletivo, da comunhão - Sl 111:1). Famílias desfeitas, resultarão em uma sociedade doentia e em igrejas enfraquecidas.
Desta forma, devemos nos perguntar: qual é a minha prioridade no meu dia-a-dia? O sério relacionamento com Deus, minha família e meus amigos, ou a aquisição de bens? 

"Porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" 
Lucas 12:34

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