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Um pouco de história não faz mal a ninguém

A seguir, uma grande reportagem sobre ditadura e futebol. O mérito é de Ariel Palácios, do jornal "O Estado de São Paulo".
Vale a pena conhecermos um pouco do trágico período ditatorial que se espalhou pela América do Sul.
Neste caso específico, na Argentina.


21 de junho de 1978: Videla entra no vestiário dos jogadores peruanos e fala sobre ’solidariedade’










por Ariel Palácios










Solidariedade no vestiário, cuecas e ditadura. Polêmica sobre vitória argentina contra Peru continua gerando polêmica 32 anos depois. General Videla, na foto acima, considerava que vitória na Copa era crucial para imagem de seu regime.


“Irmãos latino-americanos!”. A voz metálica do general Jorge Rafael Videla, ditador argentino, ressoou dentro do vestiário da seleção peruana no estádio “El Gigante de Arroyito” em Rosario. Era o dia 21 de junho de 1978, há exatamente 32 anos. Os jogadores estavam vestindo-se para entrar no campo em dez minutos contra a seleção da Argentina. Alguns dos peruanos estavam de cuecas. “Não sabia se terminava de me vestir, o que poderia ser interpretado como falta de educação, ou parava o que estava fazendo e se o cumprimentava seminu”, relatou um dos jogadores ao colunista esportivo Ricardo Gotta, autor de “Fomos Campeões”, livro que analisa a polêmica Copa realizada na Argentina.


Na sequência, Videla, explicou Gotta ao Estado, “que era um especialista em toda demonstração mais ou menos explícita de intimidação”, discursou sobre a intensa“solidariedade” entre peruanos e argentinos.
Além da visita do homem mais poderoso da Argentina, que comandava uma sanguinária ditadura iniciada em 1976, que havia assassinado milhares de civis e espalhado centros de tortura clandestinos por todo o país, também estava no vestiário, em silêncio, o ex-Secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, habitué das copas do mundo.
O recado estava dado. Segundo Gotta, vários jogadores sabiam que os militares argentinos poderiam assassiná-los depois do jogo, caso o Peru vencesse, e que colocariam a culpa do “atentado” em algum grupo guerrilheiro (a modalidade de colocar a culpa em algum grupo guerrilheiro era costumeira por parte da ditadura, quando era necessário eliminar alguém. Inclusive, era modalidade à qual se recorria para explicar a ocasional morte de um integrante incômodo do próprio regime militar). Diversos jogadores peruanos saíram ao campo tremendo de medo.


Poderoso e fanático pelo futebol: Henry Kissinger, mestre da diplomacia americana, foi com Videla ao vestiário dos jogadores peruanos (acima, Kissinger do outro lado do planeta, com Mao Tsé-Tung). Neste link do Youtube, trecho de uma entrevista com Oblitas e quando Videla, junto com Kissinger, entra no estádio, aqui.



Para a seleção argentina o jogo era crucial, pois precisava pelo menos emplacar quatro gols no arco opositor para conseguir a classificação para a final da Copa. Para o Peru, que já estava desclassificado, o jogo era uma despedida. Quando o juiz apitou o término do jogo, os argentinos tinham, além de realizado os gols necessários, também cometido outros dois adicionais.


O placar 6 a 0 gerou suspeitas mundiais. Gotta sustenta que “a Ditadura precisava chegar à final. E ganhar. Senão, teria sido um fracasso não somente esportivo, mas também político. O regime precisava a imagem de um país vencedor”.


Gotta duvida que o goleiro da seleção peruana, Ramón Quiroga (argentino de nascimento mas naturalizado peruano), fosse o responsável pela derrota. “Ele defendeu muitíssimos ataques argentinos. Ao redor de 13 a 15 jogadas que poderiam ter sido gol, mas não foram graças à sua habilidade. Mas, a presença dos argentinos perto do arco era constante”, diz. “Por isso, poderia suspeitar-se mais da atitude dos defensores peruanos (Jaime Duarte, Rodolfo Manso, Roberto Rojas e Héctor Chumpitaz), que cometeram muitos erros”, explica.


‘NÃO FOI NORMAL… FOI ESQUISITO’ - Carlos Del Frave, pesquisador esportivo da cidade de Rosario, ressalta um depoimento do jogador peruano Juan Carlos Oblitas, que indicou que “aquele jogo não foi normal…foi esquisito”.


Oblitas também destacou que a presença de Videla no vestuário “foi terrível…eu estava atrás de uma parede e ali fiquei. Não queria que isso interrompesse minha concentração”.


Ramón Quiroga, apesar dos gols, manteve boa imagem entre os peruanos, e nos anos posteriores tornou-se técnico de vários times. Em 2006 negou que ele ou seus pais (que residiam em Rosario na época do jogo, a poucos quarteirões do estádio) haviam sido ameaçados pela Ditadura. Os outros jogadores peruanos não exibiram sinais de riqueza nos anos seguintes à Copa. Um deles, Manso, empobrecido, emigrou para a Itália, onde trabalhou como caminhoneiro.


Pablo Llonto, autor do livro “A vergonha de todos”, não acredita em “jogo arranjado”:“investiguei todos os rumores sobre o jogo com o Peru. Ninguém tem provas. Mas, de todas formas será o mais longo de toda a História mundial. Nunca antes houve um jogo tão comentado como este, três décadas depois de ocorrido. Além disso, os rumores crescem com o tempo. Acho que foi um jogo que a seleção argentina venceu justamente”. 


 TEORIAS A GRANEL 


Se na política as teorias costumam ser abundantes, no futebol, elas superam qualquer limite de combinações. E, quando a política junta-se ao futebol, então temos uma miríade colossal de teorias, das mais realistas às mais mirabolantes.


Aqui reunimos um punhado, algumas das especulações que tornaram-se ao longo dos últimos anos os hits parade das teorias sobre o polêmico jogo Peru versus Argentina:


Teoria número 1 - Videla subornou o próprio governo peruano, comandado pelo general Francisco Morales Bermúdez, com um substancial carregamento de trigo argentino


Teoria número 2 – A Ditadura utilizou um narcotraficante colombiano, Fernando Rodríguez Mondragón como intermediário para realizar um milionário suborno à Federação Peruana de Futebol


Teoria número 3 - A Ditadura pagou US$ 50 mil a todos os jogadores peruanos


Teoria número 4 - A Ditadura pagou US$ 50 mil somente a alguns jogadores peruanos


Teoria número 5 - Os jogadores peruanos foram ameaçados de morte pela Ditadura


Teoria número 6 - Um defensor crucial, Manso, recebeu a proposta de jogar no Vélez Sarsfield, time portenho, em troca de amolecer a defesa


Teoria número 7 - Quiroga foi o único pressionado, pois sua família, que na época morava na Argentina, recebeu ameaças de morte da Ditadura argentina


Teoria número 8 - O futebol é “uma caixinha de surpresas, onde tudo pode acontecer”, isto é, a derrota peruana foi por causas puramente futebolísticas.

Videla celebra conquista da taça da FIFA, no estádio Monumental de Núñez



COPA DE 1978 FOI O APOGEU DA DITADURA


1978 foi um ano exuberante para a Ditadura Militar que governava a Argentina há dois anos. O país, em plena ciranda financeira, com dezenas de milhares de turistas argentinos dizendo “deme dos” (me dê dois) nas lojas no exterior, ufanava-se de contar com uma miss mundo, Silvana Suárez, eleita naquele ano; alardeavam o desempenho brilhante do tenista Guillermo Villas nas quadras – e como latin lover(pelo romance com Caroline de Mônaco) – enquanto Carlos Reutemann exibia uma performance de alto nível nas pistas da Fórmula Um.


Como se fosse pouco, a Argentina fazia pose de potência militar regional ao começar a desafiar o Chile à uma guerra pela disputa do Canal de Beagle. No mesmo ano, o país hospedava a Copa do Mundo de futebol. E, de  quebra, em 25 dias de torneio, arrebatava a taça Jules Rimet, para delírio de 25 milhões de argentinos.


Mas, ao mesmo tempo, o país acumulava mais de 20 mil desaparecidos políticos (seriam 30 mil até o final da Ditadura), entre eles velhos e crianças. Mais de 500 centros de detenção e tortura espalhavam-se todo o país. As notícias sobre a inflação, o estancamento industrial, a fragilidade do sistema financeiro, e os mega-escândalos de corrupção eram censuradas pelo regime.


As críticas à seleção estavam proibidas. Expressar um mero “porém” à seleção implicava em desaparecimento assegurado. O país, tal como ocorreria anos depois durante a Guerra das Malvinas (1982), estava ofuscado pelos triunfos.


Mas, com a volta da democracia, os argentinos começam a encarar a Copa de 1978 com visão crítica. Há dois anos, quando completaram-se os 30 anos daquele evento esportivo, organizações de defesa dos Direitos Humanos, políticos, intelectuais e jogadores de futebol realizaram diversas homenagens aos mortos da Ditadura ocorridas durante a Copa. Uma das cerimônias foi realizada no mesmo estádio onde ocorreu a final. Diversos livros sobre a sinistra Copa de 1978 foram lançados nos últimos anos. 


‘PATRIOTISMO ESPORTIVO’ - “A Copa de 1978 é o primeiro símbolo de aprovação em massa da Ditadura. O general Jorge Rafael Videla, ditador na época, foi aplaudido pela multidão em estádios repletos. O gasto desvairado na organização da Copa não foi questionado. As denúncias dos exilados e parentes dos desaparecidos foram encaradas como expressões de antipatriotismo”, explicou na ocasião ao Estadoo jornalista Pablo Llonto, autor do livro “A vergonha de todos”, onde disseca o fervor popular pelo evento no meio de um regime de terror.


Com a conquista da Copa do Mundo, o general Videla estava em seu ponto de máximo poder. No dia seguinte à final, uma multidão o ovacionou na Praça de Mayo, homenagem praticamente reservada até então aos presidentes civis.


Em 2002, durante uma entrevista, o último ditador do regime, o general Reynaldo Bignone (1982-83), declarou amargurado que a Ditadura havia cometido um grave erro naquela ocasião, momento em que a população estava descontroladamente eufórica:“se tivéssemos convocado eleições naquela hora, teríamos vencido. E ainda hoje estaríamos sendo aplaudidos”.


Grupos de esquerda, exilados e setores da população que sofriam a Ditadura estavam divididos sobre torcer a favor ou contra a seleção. Nas intensas discussões, uns setores alegavam que a vitória da seleção favoreceria a Ditadura. Outros, não pretendiam desprender-se do “patriotismo esportivo” e tentavam argumentar que“política e esportes não estão misturados”.


As famílias de desaparecidos também estavam divididas. Avós da Praça de Mayo, relatavam que enquanto estavam na cozinha chorando o desaparecimento de seus filhos e netos, os maridos, na sala, gritavam os gols.


ESMA, principal centro de torturas na cidade de Buenos Aires, a poucos quarteirões do estádio do River Plate, onde foi a final da Copa de 1978. ESMA, marcada com a letra A, Estádio Monumental de Núñez, com a letra B.


HURRAS E TORTURA – Há 32 anos, Graciela Daleo, atualmente catedrática de Direitos Humanos da Universidade de Buenos Aires, era uma ”desaparecida” da Ditadura, detida e torturada na Escola de Mecânica da Armada (ESMA). Desde sua cela - segundo me contou há dois anos, durante uma entrevista em sua casa - escutava os “hurras” da torcida argentina, a dez quarteirões dali, no estádio Monumental de Núñez, onde transcorria a final da Copa (o embate da seleção argentina contra a holandesa). Nas arquibancadas do estádio, poucos imaginariam que a mil metros dali funcionava o mais tenebroso centro de tortura do regime. Na ESMA estiveram presas 5 mil pessoas. Somente 140 sobreviveram.

“Quando ouvi gritos da torcida pela janela, pensei: se eles ganharam, nós perdemos”. Logo depois, um dos mais famosos torturadores, o capitão “Tigre” Acosta entrou na sala dos torturados, exultante: “ganhamos, ganhamos!”.

Sem explicações prévias, Daleo e outra prisioneira foram levadas por guardas para fora da cela e colocadas dentro de um carro onde estavam alguns oficiais. O automóvel saiu pelas ruas onde a multidão celebrava a vitória na Copa.

Daleo não podia acreditar: “Milhares de pessoas saíam de suas casas dançando e gritando de alegria. Sempre havia sonhado com essas multidões, mas celebrando uma revolução social, não uma vitória na Copa!”.

Olhando pela janela aberta do carro, Daleo chorou: “se gritasse que era uma desaparecida, quem daria bola?”


Depois do tour, os torturadores levaram a estupefata Daleo para insólito e bizarro jantar em uma churrascaria abarrotada de pessoas cantando jingles da Copa. Daleo sabia que dali voltaria à prisão e às sessões de tortura.


De volta à ESMA, foi colocada na cela. Nas ruas, os portenhos festejaram a vitória futebolística até o raiar do sol. “Desde aquele momento, não quero saber nada, absolutamente nada sobre as Copas!”, diz Daleo.

DE US$ 70 MILHÕES PARA US$ 700 MILHÕES - “Custará somente US$ 70 milhões”, havia prometido o almirante Emilio Massera ao general Videla sobre os gastos da Copa. Mas, o custo final foi de US$ 700 milhões. Os gastos foram criticados como “excessivos” pelo Secretário da Fazenda, Juan Alemann, um economista conservador de renome.


Como represália por suas declarações, segundos depois que a seleção argentina fez o quarto gol contra o Peru (um jogo que definiria a ida do país à final da Copa), uma bomba explodiu na frente da casa de Alemann.


A violência entre integrantes do próprio regime militar por divergências sobre a organização da Copa e a disputa dos fundos foi costumeira. O general Omar Actis, que presidia a entidade que organizaria a Copa, desejava um evento austero. O almirante Carlos Lacoste, vice-presidente da entidade, defendia uma Copa exuberante, com mais estádios e um canal de TV para transmitir a cores novo em folha.

As diferenças foram dissolvidas com o assassinato de Actis, cuja morte foi atribuída a grupos guerrilheiros (que na realidade já haviam sido dizimados). Seu substituto, o general Antonio Merlo, não se opôs ao aumento sideral de gastos desejado por Lacoste. O almirante, posteriormente, foi assessor de finanças da FIFA e seu vice-presidente.


Fonte: http://blogs.estadao.com.br/ariel-palacios/

Olhos que não enxergam

Estou acompanhando um jogo de futebol. As emoções se encontram à flor da pele. Ansiedade. A tensão se sente no ambiente.
Olho as pessoas ao meu redor: olhos fixos na televisão, atentos a qualquer acontecimento.
Sai um gol e a expressão do alívio é instantâneo, através de gritos histéricos que aliviam as dores e frustrações reprimidas do dia-a-dia.
Nesse momento me vem à mente uma pergunta: o que mais me emociona, um jogo de futebol ou uma vida de relacionamento com Deus?

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O futebol é o moderno pão e circo que os romanos utilizavam para entreter o povo, fazendo com que os problemas sociais, políticos e econômicos fossem colocados em segundo plano.
Este esporte é deveras importante, de forma a poder trazer um pouco de alegria ao povo brasileiro, já tão sofrido. Entretanto, não podemos permitir que essa alegria, efêmera, seja utilizada para esconder as reais necessidades da sociedade na qual vivemos.
Frases como "rouba mas faz", "quem não rouba é trouxa", são tão reveladores quanto colar em prova, não devolver o troco que veio a mais, admitir que um gol de mão, quando a nosso favor, são passíveis de aceitação.
Não! Tudo isso é errado! Não sejamos cegos!
Ainda bem que existem pessoas que sabem e lutam contra esse "paradigma" que vivemos:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/
754549-luis-fabiano-mas-pode-chamar-de-henry.shtml



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Acho que nasci para sofrer. Tenho certeza disso. Meu pai me disse isso inúmeras vezes.
Existe dentro de mim uma certa pitada de idealismo. De que o mundo poderia ser mais correto, livre de corrupção, livre da "Lei de Gérson".
Mas, infelizmente, sei que esse mundo não é possível pela própria natureza humana.
Só posso me lamentar e entristecer, aguardando pela chegada do Reino.

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Tenho constatado um dado que expõe de forma cristalina o momento que vivemos: muitos cristãos que conheço, pessoas de fé, estão deixando de participar da comunhão pública, através do culto dominical.
O motivo: desânimo, decepção com a igreja, com os líderes espirituais, com as dificuldades que o mundo está impondo.
Tenho que interceder mais.

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O mundo precisa de mais pessoas inconformadas. Não pense que estou a incitar uma revolução dos costumes, tradições, sociais, políticos. De modo algum.
A inconformidade deve ser em relação ao próprio mundo. O que ele nos oferece não pode ser jamais comparado ao porvir (Rm 12:2).
Não aceitar todas as mazelas que ocorrem ao nosso redor. Não nos emoldurarmos ao mundo.
Somos peregrinos, não somos mais deste mundo.
Não devemos levar mais nada além das vestes que nos cobrem.
Tenho que pensar e viver mais assim. Me falta coragem.

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Cheguei à conclusão que sou um louco neste mundo.
Louco porque meus ideais são incompatíveis com a natureza humana.
Insano porque mesmo sofrendo, continuo a trilhar meu caminho.
Demente porque sou cristão.
Pensando bem, será que não sou o lúcido no meio de um mundo de loucos?
Só me resta descansar nos braços da graça de Deus.



solidão luz


OBS: Acabei de descobrir que meu tipo psicológico é ENFJ. Corresponde a apenas 3-5% da população. Isso explica muita coisa...

A verdade sobre Argentina - Brasil

Época de "Copa do Mundo". Durante este curto período de tempo, poderemos observar fatos interessantíssimos.
Os ares se tornam propícios para que todo o "nacionalismo" ou "patriotismo" venha a tona.
Infelizmente, a maioria das pessoas (o homem comum em geral), é levada a exarcebar certos preconceitos, escondidos no mais obscuro e podre canto dentro da alma.
Muito se reclama sobre a rivalidade existente entre Argentina - Brasil, independentemente do esporte.
Eu até me divirto com as provocações, contanto que não sejam desrespeitosas.
Entretanto, por convicção histórica e geopolítica, sei que o prazer do argentino é ver a Inglaterra ser derrotada.
A Inglaterra? Sim, essa ilha provoca, até hoje, mesmo que velada, um certo rancor, mesmo que bem tácito, da derrota na Guerra das Malvinas. Muitos jovens inocentes perderam suas vidas, por causa de uma guerra inventada pela ditadura da época.
Os argentinos, a grande maioria, ama o Brasil, o povo brasileiro e o futebol que se pratica nas terras tupiniquins.
O Brasil, entretanto, precisa encontrar sempre um adversário para direcionar as frustrações e o tal do "espírito guerreiro".
O alvo, sempre de forma mais cômoda, tem que ser o vizinho, porque a grama "deles" é mais verde.
Mas, se os argentinos gostam do Brasil, porque os brasileiros amam odiar os argentinos? Simples, é culpa da Rede "Plim-Plim", que tem que buscar sempre algum culpado para desfocar os problemas internos.
A cultura criada por essa nefasta instituição, permitiu o surgimento da cultura anti-argentina, na qual tudo que provém daquele lado não é digno de apreço.
Os comerciais da "bebida loira" no Brasil, são sempre os mesmos: tirar sarro dos argentinos, os comerciais argentinos, por sua vez, não fazem nenhuma citação dos Brasil.
Que existe rivalidade, principalmente plantada pela imprensa, existe, mas se perguntarem a um argentino qual equipe gostaria de derrotar em uma hipotética final, de qualquer esporte, a resposta seria: A Inglaterra.
Até compreendo a maioria da população, que não possui outra opção a não ser ouvir os berros e gritos histéricos anti-argentina provenientes dos narradores e comentaristas da televisão aberta brasileira, algo desprezível por se tratar de formadores de opinião. Mas aqueles que tiverem senso crítico e curiosidade, aprenderão que tudo isso não passa de bobagem.
É triste que muitos brasileiros, por causa desse sentimento anti-argentina, não possam apreciar um tango, um belo vinho Malbec de Mendoza, uma parrillada, umas empanadas ou alguns textos de grandes autores, como o fantástico Jorge Luís Borges,
Por fim, gostaria de deixar claro, que provocações de jogadores e técnicos, para mim não valem nada, já que faz parte do jogo.





  

O que realmente vale

Hoje vi algumas fotos da triste Guerra no Vietnã, que completa 35 anos. Me lembrei de quantos conflitos há no mundo.
Quantas mortes violentas, estupros, torturas ocorrendo neste instante.
Mas é época de "Copa do Mundo". O que importa é "minha seleção nacional" se sagrar campeã.
A pergunta que fica: E o amor ao próximo como reflexo do amor de Deus em nossas vidas, aonde fica?







OBS: Este post foi dedicado ao meu grande amigo Harlows, que trouxe uma luz nestes momentos de "pátria de chuteiras".

Existo, penso, logo compreendo

Se Deus é amor, porque existem tantas guerras, doenças e misérias pelo mundo?
Se Deus é amor, não seria mais fácil perdoar e salvar todas as pessoas?
Essas são duas das mais frequentes perguntas que ouço pelo mundo afora.
São diretas, simples e questionadoras.
São também perguntas que me fiz durante vários anos, exatamente pelo período na qual andava cego e na escuridão.
Existe uma lógica, mesmo que resultante de uma limitação do conhecimento de Deus, que baseia de forma frágil, as perguntas apresentadas.
A primeira pergunta nos remete à limitada visão que temos do amor: quem ama protege, cuida, não permite que nada de mau aconteça à pessoa que amamos. Entretanto, o amor também envolve que dentro da proteção e cuidado existe também a disciplina, correção, exortação em busca do desenvolvimento e amadurecimento da pessoa que tanto prezamos.
Mas esse não é o ponto que pretendo tratar neste post.
O ponto crucial da primeira pergunta é: se Deus é amor e todas essas tragédias e adversidades ocorrem no mundo, então Deus não é amor, sendo, portanto, Deus malvado, sádico e até mentiroso.
E o ser humano? Como será que ficamos nessa história? Somos todos vítimas de um Deus cruel e falível como os deuses gregos?
A Bíblia, mais uma vez, nos traz uma pista:





"Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram". (Rm 5:12)



O pecado entrou no mundo quando o Adão pecou. As consequencias desse ato são terríveis:


"porque o salário do pecado é a morte..." (Rm 6:23)



"Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora".
(Rm 8:20-22)


Em outras palavras, quando Adão pecou ele trouxe ao mundo as consequencias do pecado: morte, dor, sofrimento, guerras, doenças, misérias, etc. O ser humano e a criação sofrem até hoje essas consequencias, sendo Deus isento de qualquer culpa. Ele não tem nenhuma responsabilidade sobre isso, a responsabilidade é do ser humano, que sempre tenta culpar outrem pelo erros.
Isso já ocorreu no início dos tempos:


"Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?
Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.
Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi". (Gn 3:11-13)



Portanto, Deus é amor, e toda essa injustiça e tragédias que existem no mundo é consequencia do pecado do ser humano (coisa que os filósofos existencialistas, principalmente Albert Camus, não compreenderam). Mesmo assim, Deus mostra sua misericórdia por toda a Bíblia, são inúmeras as passagens nas quais Ele exorta por arrependimento e do derramar do seu perdão. Vejamos um exemplo:


"Mas, se confessarem a sua iniqüidade e a iniqüidade de seus pais, na infidelidade que cometeram contra mim, como também confessarem que andaram contrariamente para comigo, pelo que também fui contrário a eles e os fiz entrar na terra dos seus inimigos; se o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem eles por bem o castigo da sua iniqüidade, então, me lembrarei da minha aliança com Jacó, e também da minha aliança com Isaque, e também da minha aliança com Abraão, e da terra me lembrarei." (Lv 26:40-42)



A segunda pergunta é um pouco mais complexa, uma vez que Deus poderia sim, a princípio perdoar todas as iniquidades cometidas pelo ser humano.
Deus é amor, mas também é justiça, santidade, onipotente, onipresente, onisciente, entre outras coisas. Todos os atributos de Deus estão em equilíbrio e nenhum se sobrepõe a outro.
Não é uma limitação, mas sim uma virtude, dificílimo de compreender.
Agora o porquê de alguns obedecerem ao chamado para arrenpendimento, que culmina na salvação, e outros não, isso sinceramente não está sob minha compreensão.
A única coisa que sei, é que Deus não pode ser considerado injusto, já que:


"O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;" (João 1:10-12)
"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai." (João 1:14)


Ou seja, todos tiveram a oportunidade, mas somente alguns responderam positivamente. Todos são pecadores, sendo passíveis da justiça de Deus. Todos serão julgados. Entretanto, aqueles que se arrependerem serão perdoados através do sangue de Cristo.
Se no final, todos fossem salvos, o sacrifício de Cristo perderia importância, valor, sentido, e, definitivamente, esse não é o caso.
Espero que dentro das minhas limitações, o leitor possa ter compreendido alguns conceitos, entre eles a importância da base bíblica, para melhor compreensão do que ocorre no mundo.
Enfim, uma cosmovisão cristã.

OBS: Este post foi em homenagem ao post de meu amigo Júlio, que mais uma vez me deu uma inspiração, obrigado meu amigo!

http://juliotacayasu.wordpress.com/2010/06/01/cosmovisao-cristao/