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A História de dois irmãos

Guerra da Coréia. O país estava sendo destruído. Dentre muitas famílias, existe uma em peculiar. Um pai e dois filhos. O filho mais novo, que chamarei de IN (irmão mais novo), sonhava em se tornar um militar. O pai, por sua vez, tivera seus sonhos destruídos pela fome, pela pobreza e pela guerra. O filho mais velho, que chamarei de IV (irmão mais velho), em algum período da sua vida, entre a adolescência e a juventude, teve contato com o Evangelho de Cristo. Ele se tornara cristão, em uma família que não acreditava nas Escrituras.
IN, após algum tempo, finalmente consegue entrar para as forças armadas.
A história parece que se desdobrará como a maioria das que conhecemos, mas, infelizmente, irá piorar. Um dos três não irá sobreviver...

(...) Um certo dia, estava IV cuidando dos seus afazeres, quando, subitamente, as pessoas do seu vilarejo o estavam chamando com muita urgência: seu querido irmão fora atingido. IV, juntamente com seu pai, ambos tomados pelo desespero do momento, partiram rumo ao hospital. A cena era demasiadamente triste. Ali, deitado na cama, se encontrava diante daqueles dois homens, aquele a quem eles dedicaram tanta atenção e carinho.
A cama alvejante, mais branca do que a neve, estava prenunciando a iminente e inevitável partida.
O jovem, consciente do estado em que se encontrava, começou a pedir o perdão da família. Ele contou à família como fora tolo. Ele não fora atingido em batalha, ou pego de surpresa por algum inimigo. Ele tinha sofrido um acidente: atirara contra si mesmo, ao tentar lustrar a arma do sargento. Planejara fazer essa surpresa ao seu superior, para poder se destacar dos outros. Mas ele nunca manejara uma arma antes. Não sabia que ela estava carregada.
Entretanto, diante do horror da morte, o jovem ferido aparentava uma paz de espírito inexplicável. Sua face era serena. Nesse momento, ele olha para IV:

- Obrigado porque você me apresentou Jesus Cristo – disse ele sorrindo, apesar das dores.

Após isso, ele se dirige ao seu pai para proferir suas últimas palavras:

- Pai, não chores por mim...

“Um pai nunca deveria ter que sepultar seu próprio filho”

- Por favor, não chores por minha causa. Estou indo para um lugar aonde não existe fome, dor, morte....

“Me desculpa filho. Não fui capaz de te proteger de todas essas coisas. Me desculpa ...”

- Mas Jesus morreu por mim e agora eu sou feliz. Finalmente achei meu lugar.

“Por favor...por favor...”

As janelas da alma suavemente se fecham. Estava deitado, naquele momento, o corpo de um jovem soldado que nunca lutara. Mas ele adormecera em uma quietude, em uma paz divina.
O pai, sem palavras, estava diante do corpo daquele que tanto amava.
O filho que restara, tenta puxar uma conversa com o pai.
Mas ele não se mexia, nem perguntava coisa alguma.
E, nesse instante, aconteceu algo tão inimaginável para a milenar, rígida e hierárquica sociedade coreana da época.
O pai, voltando seus olhos para seu filho mais velho, lhe diz, comovidamente:

“ Filho, por favor, me ensina quem é esse Jesus Cristo.”
“Por favor me diga...”

Foi assim que uma família destruída se tornou cristã.
Aquele irmão mais velho se tornara o homem mais grato que já nascera. Ele teve o privilégio de colocar a vida de seu pai e de seu irmão nas mãos de Jesus.
Mais tarde ele se mudaria para a Argentina, um lugar na qual não faltariam alimento e terras férteis.
Ali viveu por muitos anos, até que chegou o dia em que partiu para reencontrar sua querida família.

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Essa é a história do meu falecido avô materno. Foi a última história que ele contou a meu irmão caçula, antes de partir.
Tomei conhecimento dessa história faz pouco tempo.
Somente Cristo é capaz de tudo isso.
Somente Ele é capaz de mudar corações, mentes e culturas.
Ele é soberano.
Soli Deo Gloria e Sola Christus. 

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